Deus, que é dado a este
tipo de fraqueza infantil, que os perdoe.
Perdoe a história, que é puta adestrada das circunstâncias
Perdoe a geografia, a evolução, a situação.
O Agressor? O Opressor?
Quando nos jogaram em porões de caravelas
Quando nos impuseram uma dieta de salmos
Quando acorrentaram até os nossos fetos
Não houve afrouxamento. Hoje, o ocidente diz
Que desfilar as nádegas nuas em Ipanema
É liberdade.
E Há quem pinte esses murais
Há quem reproduza essas etiquetas
Liberdade, essa inexistente criatura
Que só os que morrem podem conjurar
Não nos chegará de navio, ou avião
Não chegará por meio de tratados e assinaturas
Só chegará quando não perdoarmos mais
Quando o olhar dócil e amarelado, se transfigurar em
Ânsia vermelha, em grito de basta.
Quando o último negro arredio, fugir de sua Senzala Mental